sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A polêmica de Cláudia Leitte

Após ter respondido que não gostaria que seu filho fosse gay (quando perguntada pela turma do Pânico), a cantora Cláudia Leitte resolveu se retratar pela imprensa. "Se eu errei, ou magoei alguém, lamento em meu nome e do meu marido. Essa jamais foi a nossa intenção. Assim aprendi em minha casa: 'Ame, indistintamente'. Assim o farei. Sempre o fiz"- disse ela.

Sempre gostei do jeitinho da Cláudia Leitte, sua alegria contagiante. Por mais que não seja um super fã de suas músicas (apesar de gostar de algumas) acho ela uma artista bastante carismática. A declaração que ela deu foi sim infeliz. Assim como o que Isabeli Fontana fez há alguns meses. Mas também acho que, principalmente no Brasil, as coisas tomam proporções muito maiores do que realmente são. Não sei porque polemizar tanto isso. E se ela tiver sido sincera? Sim, porque pra quem não é gay, é difícil dizer por aí: "ah eu gostaria muito de ter um filho gay, tomara que ele seja". Não é verdade?! Na minha opinião ela foi simplesmente sincera. O problema é que a sinceridade dói. E isso que se tornou o "crime dela". Não tenho dúvidas que ela amará muito o filho dela caso seja gay. É o que penso dela.

Não que eu tenha concordado com o que ela disse. Por mais que tenha sido em tom de brincadeira, ela poderia ter dado outra resposta. Só acho que ela foi sincera. E que o Brasil, e principalmente o meio gay, deveria polemizar menos as coisas. Taí minha opinião.

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Não é bem assim, não!

Tenho dúvidas se a retratação dela foi sincera. Isso tem muito mais a ver com assessoria de imprensa, mas não poderemos provar, então fica registrada esta possibilidade.

Além disso, dizer que "adoraria ter um filho gay" ou que "não gostaria que meu filho fosse gay" são extremos e, nem um, nem outro se justificam. Portanto, ela poderia ter sido apenas coerente. (Note que o "politicamente correta" eu deixo pra lição número 2).

A começar que uma pessoa não é um rótulo ou um punhado de rótulos, ser gay ou não - ela poderia dizer - "Isso é o menos relevante, além de ser muito prematuro seu questionamento".

Mas a frase dela pode ser um desserviço em várias situações, como a de mães que estão enfrentando o próprio preconceito e tentando aceitar filhos recém-assumidos; Mães que já aceitam os filhos gays mas se sentiram atacadas pela declaração; Pelo fato de que ser "gay" na visão dela, é algo ruim (pois não faria sentido desejar o contrário, caso ela fosse a favor). Fico nesses casos, apenas para não me alongar.

Então, um pouco mais de reflexão ao invés do "deixa pra lá", é importante para não relaxarmos quanto ao trabalho a ser feito nos recantos do país.

Para se ter uma idéia, o Brasil é apontado em pesquisas no exterior como local de impunidade nos casos de assassinatos de homossexuais. E além disso, o número que ocorre é preocupante. Li numa reportagem francesa.

E nós brasileiros sabemos disso, apesar da imprensa praticamente não se interessar pelo assunto, nem divulgar os detalhes das barbaridades cometidas.

Uma personalidade pública dizer que não deseja um filho gay, não pode depois dizer "que não o quer com medo que ele sofra discriminação", pois isso é remendo (desculpa).

Com o poder que a mídia tem de atingir milhões de pessoas, sensato seria dizer, por exemplo, que "não importando a orientação sexual de meu filho, tanto eu quanto todos no país, devem aceitá-lo e respeitá-lo como algo maior que sua orientação... Como um ser humano".

E eu até cogitaria de comprar um CD dela se ela tivesse dito algo assim (risos).

E, no final das contas, ela querendo ou não, a orientação de seu filho não depende da declaração da mãe.
Mas como ele vai viver num pais homofóbico, caso ele seja gay, isso sim, poderia ser útil. Mas ela precisaria ser uma pessoa melhor neste sentido. E então, a crítica e a repercussão serviram justamente a isso.

Renato disse...

Concordo com o amigo autor. Acho que ela foi sincera mesmo. É a mesma coisa que dizer que gostaria de ter um filho obeso. Ninguém quer ter um filho obeso, pq todo pai quer que o filho tenha uma vida tranquila, com menos obstaculos possiveis. E Nao adianta fechar os olhos para nossa realidade. Sou gay e digo: Se um dia eu tiver um filho, não desejaria que ele fosse gay. Quando digo isso quero dizer que não gostaria que ele passasse pelas dificuldades que passei. Pelas barreiras que tive q passar e por situaçoes que ainda passo.

Acho que a realidade dói muito. E que por ser uma comunidade de menoria (comunidae Gay) acaba sempre assumido uma postura de ataque a coisas as vezes desnecessarias. Acaba polemizando sem necessidade.

Sei q viram aqui muitos contrar o meu comentario, mas está é a minha opiniao. tenho certeza que ela nao quiz acredir ou ofender ninguem. E espero que a comunidade gay perca tempo com coisas mais importantes.